PARA ME ENTENDER

A minha OPINIÃO é ESQUERDA e VERMELHA. ESQUERDA por ser contrária a toda forma de dominação, de imposição, opressão, discriminação, toda forma contrária aos interesses da maioria, aos interesses da natureza. VERMELHA em homenagem às ideias e aos idealistas contrários ao capitalismo e ao sangue injustamente derramado: sangue inocente, sangue justo, sangue prudente, sangue que corre nas veias e artérias de todo humano que respira, sonha, sofre e padece nas mãos de seu predador... seu semelhante, o próprio HOMEM. Deixo aqui minha humilde homenagem aos meus heróis: Sócrates (O Pai da Filosofia), Sidarta Gautama (O Buda), Mahatma Gandhi, aos Mártires de Chicago, Martin Luther King, Ernesto Rafael Guevara de la Serna (Che Guevara), Carlos Lamarca, Chico Mendes, John Lennon, Geraldo Vandré, Chico Buarque, Renato Russo, Cazuza, ao eterno Raul Seixas e, acima de tudo e de todos, ao inspirador de todos nós, JESUS CRISTO!















terça-feira, 3 de maio de 2011

Morte de Bin Laden torna mundo mais seguro?

É a velha história da luta do “bem contra o mal”. Mas a ideia de bem e de mal é subjetiva, depende do olhar, do ponto de vista, e é aí que mora o perigo: se procura justificar o injustificável; pregar a paz com violência; fazer guerra em nome de Deus, como se Deus amasse a guerra.
Obama anuncia oficialmente a morte de Osama bin Laden - fonte: Yahoo notícias
“Digo às famílias que perderam seus parentes [nos ataques de 11 de Setembro] que a justiça foi feita”. A frase é do presidente estadunidense Barack Obama ao anunciar, em cadeia nacional, a morte do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden. Acrescentou ainda que “o mundo está mais seguro” e que “este é um grande dia para a América”. O ex-presidente Bill Clinton divulgou comunicado afirmando este é um momento “profundamente importante para as pessoas de todo o mundo que buscam um futuro comum de paz e liberdade”.
Milhares de estadunidenses festejam a morte em frente à Casa Branca, em Washington...
Fonte: Folha/UOL
... e na Time Square, em Nova York
Fonte: Folha/UOL
Por outro lado, cerca de mil pessoas protestaram na cidade de Quetta, na fronteira do Paquistão com o Afeganistão, queimando uma bandeira dos Estados Unidos e gritando “morte à América”. O ex-deputado paquistanês, Asmatullah, um dos líderes do protesto disse “Bin Laden é o herói do mundo muçulmano e seu martírio não acabará com o movimento”. Afirmou ainda que “A operação mostra que os Estados Unidos não respeitam as fronteiras e que podem violar o direito internacional quando querem”.
Já no Brasil, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) disse que a morte de Osama bin Laden foi o desfecho de uma vida dedicada à violência, e o ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, afirmou “Nos preocupa muito que haja represália. Esperamos que esse acontecimento não desencadeie nenhum atentado”. Mas o Departamento de Estado estadunidense emitiu alerta sobre risco de violência, pedindo cuidado aos cidadãos dos Estados Unidos em viagem ou que residam fora do país.
OPINIÃO
Não é com violência que iremos conseguir chegar à paz, mas sim com tolerância e respeito às diferenças religiosas e culturais. Também jamais devemos generalizar e confundir o Islã com os fundamentalistas muçulmanos, assim como não gostaríamos que os mulçumanos considerassem todo cristão um inimigo dominador por participar da cultura ocidental. Penso que os governantes estadunidenses deveriam abandonar essa “Luta entre o Bem e o Mal”, essa “Guerra contra o Terrorismo” e passar, juntamente com os aliados a essa tarefa, a refletir sobre “o porquê do terrorismo fundamentalista”.
Estamos acostumados a taxar os radicais muçulmanos de “fundamentalistas” e não nos darmos contas de que há radicalismo também por parte dos cristão e dos judeus. Ou vamos nos esquecer o que Israel vem fazendo, há muito tempo, com o povo palestino? Vamos ignorar o apoio dos Estados Unidos a Israel e a omissão das Nações Unidas?
Não Obama, a justiça não foi feita agora, como não foi feita como pensaram Osama bin Laden e os terrorista da Al Qaeda e os demais fundamentalistas, que em hipótese nenhuma representa o pensamento e a vontade do povo muçulmano, quando do ataque do 11 de setembro. A justiça será feita sim, quando ambos os lados reconhecerem que estão errados quando afirmam que “é a luta do bem contra o mal” e que estamos caminhando para “uma guerra santa”. A guerra nunca foi santa, nem mesmo quando os “cristãos” implantaram as “cruzadas” que barbarizaram o povo muçulmano entre os séculos XI e XIII. Também nessa época, chamavam-na de “guerra santa”, e nunca paramos para “passar a limpo” esse nosso tempo bárbaro, mas hoje recriminamos o povo muçulmano por, até certo ponto, nos imitar. Onde está a autocrítica do “povo civilizado do ocidente”?
Não Clinton, não é com violência que iremos alcançar a paz. São essas declarações incoerentes, inconsequentes e incoerente do ponto de vista cristão, que levam o povo estadunidense a comemorar esse ato também bárbaro do ocidente, e os fundamentalistas islâmicos se irritarem ainda mais conosco. Se não entendemos a cultura muçulmana, eles também não entendem a cultura cristã. Se depois das barbáries das cruzadas no passado, ainda hoje nos dizemos cristãos e procuramos a vingança, mesmo que cristo tenha dito para oferecermos a outra face, como esse povo irá entender nossa cultura? Se não entendemos a deles, é porque, no fundo, os achamos fanáticos pelo apego que eles têm às suas tradições religiosas e ainda cometemos o pecado de generalizar pela minoria violenta que existe no islamismo. E, como querer então que eles nos entendam quando a maioria do povo ocidental é incoerente, como demonstramos? Para comprovar isto, basta comparar as reações de cada povo a cada ato ocorrido. Comecemos por agora: qual foi a reação dos “cristãos” com o assassinato de Bin Laden? E Qual foi a reação do povo muçulmano não dos fundamentalistas quando ocorre um ataque terrorista contra o povo ocidental? Nós, “cristãos”, fazemos festa, mas eles não. Creio que eles fiquem preocupados, até indignados com tais eventos, pois estes sujam a imagem de todo o islã perante o “povo civilizado do ocidente”.
Se realmente queremos a paz mundial, temos que começar pelo pedido de desculpas pelos atos bárbaros que nossos antepassados cometeram no passado contra esse povo. Devemos começar reconhecendo e respeitando o Estado palestino, pois eles não têm culpa alguma pelo holocausto promovido pelos nazistas comandados por Hitler ou pelo sofrimento que o povo judeu passou. Temos que seguir o exemplo dos japoneses, que perdoaram os estadunidenses mesmo depois de terem arrasado o Japão com duas bombas atômicas - existe ato terrorista maior que este?

Temos que conviver como irmãos, não importando a religião que seguimos, pois Deus é um só, não importa o nome que dermos a Ele, pois Ele é Deus de estadunidenses, brasileiros, árabes, turcos, judeus, indianos, chineses, coreanos (do sul ou do norte), enfim, é Deus de todos, inclusive de ateus, mesmo que estes o neguem.
Que aprendamos a fazer ao próximo o que gostaríamos que o próximo nos fizesse. Que aprendamos a não festejar a morte dos outros, para não termos que chorar a morte dos nossos. Que aprendamos a amar o próximo, até mesmo nossos inimigos, e tentemos conquistá-los para que se tornem nossos amigos. Que aprendamos a viver como irmãos, pois só assim conquistaremos a tão sonhada PAZ.
Prof. Ronaldo

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