PARA ME ENTENDER

A minha OPINIÃO é ESQUERDA e VERMELHA. ESQUERDA por ser contrária a toda forma de dominação, de imposição, opressão, discriminação, toda forma contrária aos interesses da maioria, aos interesses da natureza. VERMELHA em homenagem às ideias e aos idealistas contrários ao capitalismo e ao sangue injustamente derramado: sangue inocente, sangue justo, sangue prudente, sangue que corre nas veias e artérias de todo humano que respira, sonha, sofre e padece nas mãos de seu predador... seu semelhante, o próprio HOMEM. Deixo aqui minha humilde homenagem aos meus heróis: Sócrates (O Pai da Filosofia), Sidarta Gautama (O Buda), Mahatma Gandhi, aos Mártires de Chicago, Martin Luther King, Ernesto Rafael Guevara de la Serna (Che Guevara), Carlos Lamarca, Chico Mendes, John Lennon, Geraldo Vandré, Chico Buarque, Renato Russo, Cazuza, ao eterno Raul Seixas e, acima de tudo e de todos, ao inspirador de todos nós, JESUS CRISTO!















terça-feira, 3 de maio de 2011

Valorização do Magistério

O professor brasileiro é muito valorizado no discurso mas, na prática... É sempre esquecido quando se trata do reconhecimento e da remuneração. Já na cobrança, deve ser de tudo um pouco: pai/mãe, professor, pedagogo, psicólogo, assistente social, médico... E no final, é a profissão de menor remuneração quando comparada com outras categorias de mesmo nível.
Para Marcelino de Resende Pinto da Universidade de São Paulo, “o investimento nas escolas é insuficiente e, de tudo que é gasto nas escolas, 85% deve ser para os salários de docentes e funcionários”. Ele defende ainda que “o salário inicial do professor deve ser comparável ao das carreiras promissoras”. Já segundo Fernando Haddad, ministro da Educação desde o governo Lula, “Temos de dizer qual será a remuneração do professor daqui a dois, daqui a quatro, daqui a seis, a dez anos”, ainda segundo ele “os não docentes ganham, em média, 50% a mais do que os docentes”. Ambos fizeram tais observações em 2010: a de Resende na semana em que, em Brasília, ocontecia a Conae (Conferência Nacional de Educação), a de Haddad no encerramento do evento, no dia 1º de abril.
A Lei do Piso continua sem validade em Ibititá e continuamos na base da Pirâmide Social

Ao que parece, as palavras do ministro não passaram de discurso pois, mais de um ano depois, a única coisa que mudou foi o julgamento da ADI 4167 - movida por cinco governadores contra o Piso do Magistério - que, mesmo o STF (Supremo Tribunal Federal) tendo declarado constitucional a Lei 11.738/08, até o momento, o Executivo de Ibititá continua pagando o salário mínimo como vencimento básico do profissional do magistério.
OPINIÃO
A certeza da impunidade faz com que nossos governantes deixem de se preocupar com as leis
Apesar da decisão do STF no julgamento da ADI 4167 e de o repasse do FUNDEB ter aumentado em 62,40% de 2007 para 2010 e o salário mínimo, no mesmo período, em apenas 34,21%, o executivo ibititaense continua adotando a prática de considerar o salário mínimo como vencimento básico, não cumprindo assim, a Lei nº 11.738/08 que trata do Piso do Magistério. Isso é uma clara demonstração de desrespeito com a categoria e de certeza da impunidade que sempre acaba vigorando em nosso país. Apesar de ser uma prática comum entre os governantes de municípios de pequeno e médio porte para com a Educação, o Governo Federal, através do MEC, promove campanha para atrair jovens para os cursos de Licenciatura, mostrando cidadãos de outros países dizendo que consideram “O Professor” o profissional mais importante.
Enquanto nos preocupamos com a Educação dos outros, nos esquecemos da nossa
Ele só esquece de mostrar a valorização que estes profissionais têm em seus países; só esquece que, num país capitalista, o jovem busca não a importância da profissão (até porque, no Brasil, o professor não têm importância alguma para os nossos governantes) mas sim a remuneração de cada uma delas. A importância está ligada à valorização que a profissão possui. Pode-se concluir, com isso, que por mais que o governo gaste em propaganda, jamais irá atrair os jovens para o Magistério.
O conceito brasileiro de inclusão é semelhante ao de “esmola”
Aqui, vem se procurando promover a inclusão social e a universalização do ensino público, o que é extremamente positivo, mas sem planejamento estratégico algum, seja de ordem econômica ou estrutural. Joga-se uma massa infanto-juvenil na escola para que ela “os eduque”, cobrando resultados dos professores, que não tiveram nenhuma capacitação prévia para tratar de alunos excepcionais, em todos os sentidos, comparando os resultados das avaliações internacionais de outros países com os nossos, sem observar como é a tratada a Educação naquelas nações ao qual estão nos comparando.
Querem uma Educação de primeiro mundo? Que se invista em Educação como se investe no primeiro mundo. Querem nos comparar com os Estados Unidos? Que o tomem como exemplo, mesmo que seja para privatizar o Ensino Superior, como queria FHC, mas façam como eles fazem:
  • comecem acabando com o vestibular e substituam-no pelo histórico escolar do aluno;
  • dêem bolsas de estudos a quem servir o exército, acabando com a obrigatoriedade do alistamento militar;
  • paguem salários dignos aos professores e façam um controle rígido do currículo escolar, dando às instituições de Ensino Básico e ao corpo docente condições para a sua aplicação para, assim, poder cobrar os resultados;
  • construam escolas com a mesma estrutura das estadunidenses;
  • transformem nosso regime escolar em tempo integral, onde os jovens entram cedo, pela manhã e saem à tarde, contando com segurança, enfermeiras, alimentação de qualidade, acompanhamento e incentivo às suas aptidões, oferecendo toda estrutura necessária de acompanhamento para o desenvolvimento integral do educando;
  • devolvam a autonomia que retiraram de nossos professores e retirem o excesso de direitos que deram aos alunos;
  • permitam que a escola defina as suas prioridades e deixem de tentar impor uma “padronização” que não funciona e nunca existirá por que somos um povo plural, heterogêneo e cada região, cada estado, cada comunidade, possui as suas especificidades e as suas necessidades;
  • faça-se cumprir as leis, como ocorre nos Estados Unidos, doa em quem doer, só assim o dinheiro da educação não será desviado e os professores serão valorizados;
  • peguem o modelo educacional estadunidense e façam as adaptações necessárias para o funcionamento em nosso país, levando-se em conta as diferenças culturais, que não podem ser desprezadas.
No dia em que o Estado realmente se preocupar com a Educação, levar a sério o nosso Sistema de Ensino, talvez tenhamos pais e alunos interessados na Educação; jovens querendo ingressar, por vocação, nos Cursos de Licenciatura; profissionais do magistério contentes com a profissão e realmente compromissados e interessados em buscar promover uma Educação de qualidade, pois não terão mais que se desdobrarem em carga horária excessiva ou se preocuparem com outros afazeres para complementar sua renda. Talvez assim, também o povo brasileiro comece a ser patriota como os são os estadunidenses. Isso se já não for tarde demais para nós.
Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina.
Paulo Freire

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