PARA ME ENTENDER

A minha OPINIÃO é ESQUERDA e VERMELHA. ESQUERDA por ser contrária a toda forma de dominação, de imposição, opressão, discriminação, toda forma contrária aos interesses da maioria, aos interesses da natureza. VERMELHA em homenagem às ideias e aos idealistas contrários ao capitalismo e ao sangue injustamente derramado: sangue inocente, sangue justo, sangue prudente, sangue que corre nas veias e artérias de todo humano que respira, sonha, sofre e padece nas mãos de seu predador... seu semelhante, o próprio HOMEM. Deixo aqui minha humilde homenagem aos meus heróis: Sócrates (O Pai da Filosofia), Sidarta Gautama (O Buda), Mahatma Gandhi, aos Mártires de Chicago, Martin Luther King, Ernesto Rafael Guevara de la Serna (Che Guevara), Carlos Lamarca, Chico Mendes, John Lennon, Geraldo Vandré, Chico Buarque, Renato Russo, Cazuza, ao eterno Raul Seixas e, acima de tudo e de todos, ao inspirador de todos nós, JESUS CRISTO!















domingo, 1 de maio de 2011

1º de MAIO: Dia do TRABALHO ou do TRABALHADOR?

Há que se refletir. Mas, como afirmou Perseu Abramo, “É dia de LUTO e de LUTA”. Luto pelos mártires de Chicago e pelas centenas de trabalhadores franceses e estadunidenses mortos na luta pela redução da jornada de trabalho. Luta, pela melhoria dos salários e condições de trabalho; em homenagem a eles, que deram suas vidas pela causa de todos os trabalhadores. Que suas mortes não sejam em vão. NUNCA.
Mártires de Chicago - Parsons, Engel, Spies e Fischer: enforcados. Lingg (centro): suicídio na prisão
Todo feriado e data comemorativa têm sua história, sua origem. O dia 1º de maio também, mas sua história não é lembrada, como ocorre com outras datas. Comemora-se, mas está perdendo a sua essência por encararmos apenas como mais um dia de descanso, um dia dedicado a nós, trabalhadores, como se o Estado e o patronato tivessem resolvido fazer essa “caridade” para com a massa trabalhadora, como se eles se importassem conosco. O Estado espera de nós apenas produção e impostos; o patronato, produção para que eles lucrem. Estado e patronato estão unidos por interesses próprios, e nós, trabalhadores, estamos unidos?
Se é dia do TRABALHO, é dia de produção para o PATRÃO. Se é do TRABALHADOR, que arregacemos as mangas em prol de NOSSOS INTERESSES
Mas afinal de contas, no dia 1º de maio comemoramos o que: o dia do TRABALHO ou DO TRABALHADOR? Faz diferença? Faz toda diferença. Se é DO TRABALHO, trabalhemos, então, para aumentar o lucro do patrão e, consequentemente, a arrecadação do Estado. Não faz sentido que o dia do trabalho seja feriado e não se trabalhe; mas se é DO TRABALHADOR, aí sim: feriado e dia dedicado ao trabalhador.

 
Mas por que no dia 1º de maio? A história começa com uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago-EUA, em maio de 1886 - época em que não havia descanso semanal, férias ou aposentadoria. Por conta própria, os trabalhadores procuravam se organizar de várias maneiras, entre elas, caixas de auxílio mútuo - precursoras dos primeiros sindicatos - que iniciaram as primeiras campanhas e mobilizações em busca de melhores salários e da redução da jornada de trabalho que, durante o final do século XVIII e século XIX, chegava a absurdas 17 horas diárias nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos. Por ser um dos principais pólos industriais estadunidense, Chicago era também berço de grandes centros sindicais formados, principalmente, por trabalhadores de tendências socialistas, anarquistas e social-democratas.

No início do ano de 1886, intensa greve operária eclodiu em Chicago e, no dia 03 de maio, durante uma das manifestações, a polícia disparou contra os operários, deixando um saldo final foi de seis mortos, 50 feridos e centenas de operários presos. Na tarde do dia seguinte, pela convocação de Spies, foi realizada uma concentração que, apesar dos pedidos de calma pelos líderes, após o ataque de um grupo de 180 policiais que espancaram e pisotearam os manifestantes, uma bomba estourou no meio dos guardas, matando vários deles e ferindo cerca de 60. Nova investida com tiros contra os manifestantes foi realizada com a chegada dos reforços e centenas de pessoas de todas as idades acabaram morrendo.
Manifestação em Chicago - 1886 1
A repressão aumentou e foi decretado “Estado de Sítio”. Em meio a várias barbaridades, a justiça burguesa iniciou um julgamento dos líderes do movimento, no dia 21 de junho e, com provas e testemunhas inventadas e, no dia 9 de outubro, decretou pena de morte por enforcamento para Albert Parsons, Georg Engel, Adolph Fischer, Louis Lingg e August Spies, que foram executados - com exceção de Lingg, que cometeu suicídio antes - em 11 de novembro; prisão perpétua para Sam Fieldem e Michel Schwab; quinze anos de prisão para Oscar Neeb. Seis anos depois, devido às ondas de protestos contra a iniquidade do processo, o governo de Illinois anulou a sentença e libertou Fieldem, Schwab e Neeb, os três lideres sobreviventes da injustiça burgo-capitalista do início dessa fatídica história.
Mais Valia - O empregador não quer que o trabalhador “ACORDE” para sua real condição
No dia 20 de julho de 1889, a segunda Internacional Socialista se reuniu em Paris e decidiu, em homenagem às lutas sindicais de Chicago, fazer manifestações anuais em 1º de maio pela luta da jornada de 8 horas de trabalho diária. No dia 1º de maio de 1891, em manifestação no norte da França, em ação policial para dispersar os manifestantes, dez deles acabaram morrendo, reforçando o 1º de maio como dia de luta dos trabalhadores e, alguns meses depois, em Bruxelas, a Internacional Socialista proclama esta data como “Dia Internacional de Reivindicação de Condições Laborais”. Em 1919 a França proclamou o dia 1º de maio deste ano como feriado; em 1920 a Rússia adota o dia como feriado nacional, exemplo seguido por muitos países, menos Estados Unidos, que não o reconhece até hoje a data como Dia do Trabalhador, apesar de que, em 1890, essa luta conseguiu fazer com que o Congresso estadunidense reduziu a jornada de trabalho de 16 para 8 horas diárias. No Brasil a data é comemorada desde 1895, mas só virou feriado nacional 30 anos mais tarde, através do Decreto 4.859, de 26 de setembro de 1924; a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), foi decretada em 1º de maio de 1943.
Em homenagem aos mártires estadunidenses condenados por lutarem pela justiça social e contra a escravidão do trabalhador, encerro citando os últimos discursos/defesas históricas de dois deles e com a reflexão de Perseu Abramo:
“Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento operário -  este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na pobreza e na miséria, esperam a redenção -  se esta é sua opinião, enforquem-nos. Aqui terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!”
August Spies
“Arrebenta a tua necessidade e o teu medo de ser escravo, o pão é a liberdade, a liberdade é o pão”. Fez um relato da ação dos trabalhadores, desmascarando a farsa dos patrões com minúcias e falou de seus ideais: “A propriedade das máquinas como privilégio de uns poucos é o que combatemos, o monopólio das mesmas, eis aquilo contra o que lutamos. Nós desejamos que todas as forças da natureza, que todas as forças sociais, que essa força gigantesca, produto do trabalho e da inteligência das gerações passadas, sejam postas à disposição do homem, submetidas ao homem para sempre. Este e não outro é o objetivo do socialismo!”.
Albert Parsons

“A história do Primeiro de Maio mostra, portanto, que se trata de um dia de luto e de luta, mas não só pela redução da jornada de trabalho, mas também pela conquista de todas as outras reivindicações de quem produz a riqueza da sociedade.”
Perseu Abramo

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