Ao final da última publicação sobre o Corinthians, anunciei que essa teria o título “De 1920 a 1930: A Década Corintiana”, mas optei por mudar o título por achar o atual mais adequado e você vai entender porque, conhecendo um pouco mais sobre esta fase gloriosa do Timão.
O Corinthians mudou o seu escudo no início da década de 1920. Adicionou um círculo com o nome do clube e com o ano de fundação, além de adicionar a bandeira do Estado de São Paulo ao centro. Nas duas primeiras temporadas, repetiu-se as duas temporadas anteriores, com Corinthians terminando na terceira colocação. Em 1920 o Palestra Itália conquistou o seu primeiro campeonato estadual e o Paulistano foi o vice, mas foi neste ano que o Corinthians teve a vitória com a maior diferença de gols de sua história, 11 a 0 sobre o Santos e Neco, do Timão, foi o artilheiro com 24 gols. No ano seguinte, inverteu-se a posição dos dois primeiros: o Paulistano foi o campeão e o Palestra Itália o vice. Foi em 1921 que o Corinthians aplicou a sua maior goleada: 12 a 2 sobre o SC Internacional de São Paulo.
Neco, desenhado por Keké... - Fonte: TodoPoderosoTimão
... e com a camisa da Seleção - Fonte: Wikipédia
Depois de ficar por quatro anos consecutivos em terceiro, veio a glória Corintiana: de 1922 a 1930 foram dois tricampeonatos: 1922-1923-1924 e 1928-1929-1930.
1º Tricampeonato: 1922 a 1924
Time campeão de 1922 - Fonte: Corinthians
O título de 1922 foi disputado ferrenhamente pelo “Trio de Ferro” por causa de sua importância simbólica: naquele ano se comemorava o centenário da Independência do Brasil. Esse título é considerado um dos mais importantes do Corinthians e a “Taça Centenário da Independência” foi conquistada na vitória por 2 a 0 contra o poderoso Paulistano. Neste ano o Palestra Itália foi o vice. O bicampeonato teve um gosto especial: foi conquistado com 14 vitórias, um empate e apenas duas derrotas. Especial também por ter goleado o rival Palestra Itália em 4 a 1 e, no segundo turno, os palestrinos resolveram nem entrar em campo, cedendo a vitória para o Timão por W.O. O tricampeonato, conquistado em 1924, foi decidido na última rodada: Corinthians e Paulistano, que se enfrentaram na última rodada, disputaram o campeonato ponto a ponto e chegaram ao final empatados com 23 pontos cada e o Corinthians derrotou o Paulistano por 1 a 0.
Os Campeões do 1º Tricampeonato - Fonte: CBN Globo
Três Anos de Jejum e...
O ano de 1925 foi o último da década de 1920 em que o Campeonato Paulista foi organizado exclusivamente pela Apea. A profissionalização do futebol era cada vez mais evidente, apesar de clubes mais elitistas, liderados pelo Paulistano, não aceitarem essa tendência inevitável. Nesse ano o Timão seguiu invicto até a penúltima rodada. Em seu último jogo, contra o Paulistano, em um campeonato de pontos corridos em turno único, acabou perdendo para o rival e cedendo o título para o São Bento, que conquistou seu segundo e último campeonato com 16 pontos. Corinthians e Paulistano acabaram com 15 pontos, 7 vitórias, um empate, duas derrotas e 20 gols marcados. O Corinthians foi o vice campeão pelo saldo de gols: o Timão sofreu apenas 7 gols, contra 10 sofridos pelo Paulistano, que ficou com a terceira colocação.
Em 1926, os Clubes mais elitistas se desvincularam da Apea e fundaram a Liga dos Amadores de Futebol (LAF). Liderados pelo Paulistano, AA das Palmeiras, Germânia e Antarctica Futebol Clube, não aceitando a popularização do futebol, organizaram um campeonato paralelo ao da Apea, buscando combater o falso amadorismo, a indisciplina e a politicagem vigente entre os clubes, se pautando em princípios mais esportistas e menos comerciais. O Palestra Itália recusou o convite feito pelo Paulistano e continuou filiado à Apea, sagrando-se campeão invicto daquele ano: 9 jogos e 9 vitórias. Contra o Corinthians, o placar foi apertado: 3 a 2 para o nosso rival. O vice campeão de 1926, pela Apea, foi o Auto Sport Club, o Timão ficou apenas com a terceira colocação. Pela LAF, o campeão foi o Paulistano e o Germânia foi o vice.
Em 1926, os Clubes mais elitistas se desvincularam da Apea e fundaram a Liga dos Amadores de Futebol (LAF). Liderados pelo Paulistano, AA das Palmeiras, Germânia e Antarctica Futebol Clube, não aceitando a popularização do futebol, organizaram um campeonato paralelo ao da Apea, buscando combater o falso amadorismo, a indisciplina e a politicagem vigente entre os clubes, se pautando em princípios mais esportistas e menos comerciais. O Palestra Itália recusou o convite feito pelo Paulistano e continuou filiado à Apea, sagrando-se campeão invicto daquele ano: 9 jogos e 9 vitórias. Contra o Corinthians, o placar foi apertado: 3 a 2 para o nosso rival. O vice campeão de 1926, pela Apea, foi o Auto Sport Club, o Timão ficou apenas com a terceira colocação. Pela LAF, o campeão foi o Paulistano e o Germânia foi o vice.
Enfrentando problemas em 1927, a Liga dos Amadores convidou Corinthians, Silex, Clube Atlético Independência e Esporte Clube Taubaté a participarem do seu campeonato. Corinthians e Silex, que chegaram a aceitar o convite, desistiram e retornaram à Apea antes do início do torneio, já o Independência e o Taubaté, que já estavam inscritos na LAF, acabaram desistindo e ficaram fora do Paulistão desse ano. Pela Apea, novamente o campeão foi o Palestra Itália, com o Santos como vice e o Corinthians ficando em terceiro. O nosso consolo foi, na última rodada, bater os palestrinos em 3 a 1 e tirar a sua invencibilidade. Pela LAF, o campeão foi novamente o Paulistano e o vice o Hespanha F.C.
... O 2º Tricampeonato: 1928 a 1930
O ano de 1928 marcou a volta da glória do Corinthians, sangrando-se campeão pela Apea com 10 vitórias, um empate e uma derrota, tendo o Santos como vice e os palestrinos ficando em terceiro. Nesse ano, o Timão foi campeão com um jogo de antecipação, contra a Portuguesa de Desportos, com uma vitória por 3 a 2. Pela LAF, o S.C. Internacional foi o campeão e o Paulistano foi o vice.
O ano de 1929 é de grande importância histórica para o futebol paulista. Em decorrência da crescente profissionalização do futebol, nesse ano ocorreu o último campeonato organizado pela LAF que, com a inviabilidade do amadorismo, se desfez no ano seguinte. O Paulistano, maior campeão do futebol paulista até então, fechou seu departamento de Futebol, permanecendo apenas como clube social, e a tradicional AA das Palmeiras também fechou suas portas. Descontentes com o fim de seus clubes para o futebol, seus sócios se juntaram e fundaram, no ano seguinte, o São Paulo Futebol Clube que, por herdar o campo da AA das Palmeiras, a “Chácara da Floreta”, ficou conhecido como “São Paulo da Floresta”.
Novamente campeão com um jogo de antecipação e novamente contra a Portuguesa, o Corinthians foi bicampeão invicto com 7 jogos e 7 vitórias. No penúltimo jogo goleou a Portuguesa (que ficou com a quarta colocação) por 7 a 1 e fechou o campeonato com outra goleada: 4 a 1 contra o União Lape (que ficou em terceiro) com mando de jogo do adversário. O vice campeão pela Apea desse ano foi o Primeiro Maré. Nesse ano Santos e Palestra Itália disputaram o campeonato da LAF, ficando respectivamente com a quinta e a sexta colocação. Nesse último campeonato da Liga dos Amadores, o campeão foi o Paulistano e a Ponte Preta de Campinas foi vice campeã.
Time Tricampeão de 1930 - Fonte: Wikipédia
Em 1930 houve a reunificação do futebol paulista. São Bento, Internacional e Germânia abandonaram a LAF e se filiaram à Apea, o que fez com que o Paulistano abandonasse as competições e extinguisse a Liga que havia criado. Disputando ponto a ponto o campeonato desse ano, Santos e Corinthians chegaram à rodada final liderando o campeonato e empatados com 40 pontos. O recém fundado e estreante São Paulo estava com 39 pontos e torcia pelo empate entre os dois líderes - que coincidentemente, se enfrentariam na Vila Belmiro na última rodada - para forçar um triangular de desempate caso ele também vencesse seu último jogo. Não deu, o Corinthians simplesmente arrasou o time da baixada santista, em sua própria casa, com uma goleada de 5 a 2. O Corinthians conquistava, assim, o seu segundo tricampeonato.
“Corinthians, não só um time, mas sim meu grito ao amor”
Pâmella Ferracini
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